quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Estação Retrô: Tomb Raider

Ao mostrar o poder das mulheres no mundo dos games, 'Tomb Raider' consagrou o nome de Lara Croft e a transformou em musa.
Muito mais que um Indiana Jones de saias (ou de shorts), Lara Croft representou o avanço da figura feminina nos jogo eletrônicos. Há quase 15 anos do lançamento de seu primeiro título, “Tomb Raider”, a personagem se tornou a maior representante da força e igualdade das mulheres perante aos homens. Mesmo que não fosse de carne e osso a Srta. Croft foi a voz de um público que crescia (e cresce) cada vez mais nos games desde metade dos anos 1990.
Antes da chegada de “Tomb Raider” no Playstation, Sega Saturn e PC, a participação das mulheres nas histórias gamísticas ficava restritas às sombras dos personagens principais. Mesmo em aparições mais pomposas, como é o caso de Chun-Li na série “Street Fighter” e Blaze Fielding em “Streets of Rage”, o papel feminino era pequeno em relação ao poder de tomar as decisões influentes nos enredos oficiais das duas séries.
Após 1996, Lara Croft se juntou ao seleto e até então pequeno hall de personagens femininas que protagonizaram games; ao lado de Samus Aran, de “Metroid”, e Carmen Sandiego. Porém, as habilidades da ruiva são únicas e comparáveis à de uma ginasta olímpica. Este repertório de possibilidades atléticas pode e deve ser usado para avançar por entre muros, lagos e fendas em cada uma das missões do jogo. Se pular não der certo, um vasto arsenal de armas possibilita o combate direto.
“Tomb Raider” basicamente é um game plataforma, no melhor estilo de “Super Mario Bros.”, “Sonic” e “Prince of Persia”, só que aqui a protagonista é um ser-humano que enfrenta coisas desse mundo com visual e cores mais próximos da nossa realidade. Bem, na verdade, os principais inimigos da série nunca foram exatamente “coisas reais”, num cardápio que variava entre seres mitológicos, conspirações milionárias e artefatos místicos.
Sim, muito misticismo povoa a série, fato justificado pela profissão da arqueóloga Lara Croft, que nas horas vagas também escreve romances sobre suas aventuras pelo mundo. A garota explorou os segredos do Himalaia, as Muralhas da China, Roma, Veneza, as Highlands da Escócia, entre outros, mas tudo começou em Calcutá, na Índia. Foi lá que a inglesa ganhou sua primeira missão, que revolucionaria grande parte dos games de ação após ela.
Com seu inconfundível sotaque britânico, Lara narra seus passos como numa espécie de diário de bordo. Na primeira viagem somos levados para pontos extremamente exóticos e históricos do planeta como o monastério de São Francisco de Assis na Grécia e as tumbas de antigos governantes de Atlântida (?!), localizada em ruínas do Peru. A história em nada deve às fantásticas aventuras do já citado Indiana Jones, nas quais lendas, imaginário popular e realidade fantástica constroem um enredo motivador. O grito feminino dos games
O clima cinematográfico é complementado pela trilha sonora incidental, que soa e – provavelmente – se inspira em produções como “Contos da Cripta”, “As Aventuras de Tintin” e “Na Rota do Oriente”, além da própria trilogia de Indiana e qualquer filme de caçadores de tesouro que se prezem. Composta pelos britânicos Nathan McCree e Martin Iveson, a música instrumental clássica que embalava a tela de título nos primeiros games é inesquecível.
Além de representar o grito feminino nos games, “Tomb Raider” foi o primeiro passo de uma das mais bem sucedidas franquias da história dos videogames. Eidos e Core Design, responsáveis pelo título, faturaram quase 15 milhões de dólares somente em 1996, ano de lançamento da série. A franquia já figurou inúmeras vezes entre o “Guinness: O Livro dos Recordes”, cuja maior menção o título é de “Mais bem sucedida heroína dos games”.
Lara Croft, com todos seus trejeitos e universos, se tornou um mito. A personagem cresceu tanto que acabou superando o nome da série. Diversos produtos foram baseados na ruiva aventureira, entre quadrinhos, bonecos e todo o tipo de merchandising. A série de TV “A Caçadora de Relíquias / Relic Hunter”, estrelando Tia Carrere, é baseada no sucesso e nas aventuras exóticas de “Tomb Raider”. O ápice foi coroado com duas superproduções ('Lara Croft: Tomb Raider' e 'Lara Croft: A Origem da Vida') para o cinema, na qual a badalada Angelina Jolie assume o papel de Lara Croft. Trilha sonora composta por nomes como U2 e Fatboy Slim e grande repercussão na imprensa mundial tornaram os filmes os mais bem sucedidos baseados em games na história do cinema.
E “Tomb Raider” continuou, apesar de ter passado por altos e baixos no começo desta década. Ano após ano, novos games foram lançados, inclusive uma revisão do clássico de 1996, que foi intitulada “Lara Croft Tomb Raider: Anniversary”, disponível para Playstation 2, XBox 360, Wii, PSP, Windows e Mac. O jogo é uma recriação de toda a história original, com tudo remodelado e na qualidade das últimas gerações dos games. Ou seja, imperdível!


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